sábado, 19 de dezembro de 2015

David Neeleman é o empreendedor do ano

Com a aquisição da companhia aérea portuguesa TAP e as parcerias com o grupo chinês HNA e a americana United Airlines, o empresário reforça o capital da Azul e aumenta a capilaridade da companhia na aviação comercial.

Na quarta-feira 16 dezembro, a Azul Linhas Aéreas comemorou sete anos de operação no Brasil. Ao invés de uma pintura especial numa aeronave, a companhia preferiu contabilizar sua distância percorrida nesse período. Desde a fundação, em 2008, foram quase 800 milhões de quilômetros voados, o que daria para completar 20 mil voltas ao redor da Terra ou cumprir quatro viagens de ida e volta a Marte. Esses são os números que o fundador e CEO David Neeleman mais aprecia.

Desde que criou sua primeira companhia aérea nos EUA, a Morris Air, aos 26 anos de idade, ele decidiu que seu objetivo seria oferecer bilhetes baratos, aviões confortáveis e um bom serviço aos passageiros. Com cerca de 900 voos diários para mais de 100 destinos e mais de 20 milhões de passageiros transportados, a Azul comprova que os planos de Neeleman têm sido bem-sucedidos. Aos 56 anos, o EMPREENDEDOR DO ANO NOS SERVIÇOS pela DINHEIRO mantém o mesmo entusiasmo por novos negócios que tinha no início da sua carreira na aviação comercial.

Em 11 de junho, Neeleman foi o vencedor do leilão da estatal portuguesa TAP, liderando o consórcio que adquiriu 61% do capital da principal aérea de Portugal. O valor de € 10 milhões pagos ao governo foi apenas simbólico. O mais importante foi o plano de negócios apresentado para salvá-la da falência. Ele se comprometeu a investir € 350 milhões para melhorar a TAP, que detém 26% de participação de mercado nos voos entre Brasil e Europa. Uma das primeiras decisões foi encomendar 53 Airbus para renovar a frota envelhecida da empresa aérea, um dos pontos que não combina com o perfil de serviços exigido por Neeleman.

E, até que a dívida de € 1 bilhão seja quitada, ele não poderá tirar qualquer dividendo da empresa. Esse já é descrito por ele como o seu maior desafio profissional. “É um negócio complicado, onde grupos dentro do governo pensam em reestatizar a companhia”, disse Neeleman na quinta-feira 17, após um longo dia de negociações. “Mas mostramos que o melhor é cumprir o contrato porque há muito a fazer e a pensar.” A TAP será fundamental para os planos de expansão da Azul, com o compartilhamento de voos para a Europa e a África.

A entrada do grupo chinês HNA, que abriu o mercado da Ásia, também se mostrou decisiva. Eles aportaram R$ 1,7 bilhão por quase 24% de seu capital. No primeiro semestre, a americana United Airlines já havia adquirido 5% da Azul por US$ 100 milhões. Os negócios fizeram da companhia brasileira a mais capitalizada da América Latina, algo necessário para as dificuldades de 2016. “A crise, infelizmente, não deve melhorar tão cedo, se não piorar um pouco mais”, afirma Neeleman. “Fortalecemos o caixa da empresa, diminuímos os custos e vamos atrás de mais receitas para crescer quando a situação melhorar”.

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